Problemas de Expressão

Problemas de Expressão

Blog anónimo, preenchido com pensamentos, nem sempre inteligentes, mas genuínos. Os que eu não escrevo, são emprestados. Alguns posts tendem para a perversidade, mas só se estiver muito inspirada...

segunda-feira, maio 28, 2007

Se quiser


Se quiser fugir
Pra qualquer lugar que for
Nem precisa me chamar
Tão perto que eu estou
Mas seu medo de perder
Não te deixa me olhar
Esqueça o que passou
Que tudo vai mudar
Agora eu posso ser seu anjo
Seus desejos sei de cor
Pro bem e pro mal você me tem
Não vai se sentir só, meu amor

Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Sua boca vai ter tanta sede de me tomar
Se quiser
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão, deixa eu te levar...

Eu penso te tocar
Te falar coisas comuns
E poder te amar, o amor mais incomum
Não deixa o medo te impedir
De chegar perto de mim
O que aconteceu, ontem
Não vai mais repetir
E desde então estar contigo
Seus desejos sei de cor
Pro bem e pro mal você me tem
Não vai se sentir só, meu amor

Se quiser
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Sua boca vai ter tanta sede de me tomar
Se quiser
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão, deixa eu te levar...

Me deixa ser real
E te ajudar a ser feliz
Porque eu sou seu fogo
Tudo que você quis
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Sua boca vai ter tanta sede de me tomar
Se quiser
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão, deixa eu te levar...
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Sua boca vai ter tanta sede de me tomar
Se quiser
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão, deixa eu te levar...
(Tânia Mara)


quarta-feira, abril 25, 2007

Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.


Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.


Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.


Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.


Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

(Ermelinda Duarte)

quinta-feira, março 15, 2007

Deixa o mundo girar



Quantas vezes vais olhar para trás
Estás preso a um passado que pesou
Quantas vezes vais ser tu capaz
Fazer sair quem por engano entrou

Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
À espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar

Olha em frente e diz-me aquilo que vês
Reflexos de quem conheces bem
Ouve essa voz, é a tua voz
Atenção e a razão que tens

Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
À espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar

Deixa o mundo girar para o lado que quer
Não podes parar nem tens nada a perder
Estás de passagem
Não leves a mal se te manda avançar
Talvez seja o sinal que não podes parar
Estás de passagem

Vai aonde queres
Ser quem tu quiseres
Estende a tua mão
De quem vier por bem

Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
À espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar

Deixa o mundo girar para o lado que quer
Não podes parar nem tens nada a perder
Estás de passagem
Não leves a mal se te manda avançar
Talvez seja o sinal que não podes parar
Estás de passagem
só de passagem
estou de passagem
para outro lugar
(Pólo Norte)

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Salpico




O tempo dele chegou!... E também deixou muitas saudades. :(




segunda-feira, janeiro 29, 2007

Pele





Fechaste as portas do teu Mundo
Na esperança de ele se encontrar...
Vais contando o tempo quase ao segundo
Parece não querer passar
Fazes de conta que está tudo bem
E andas às voltas quando estás a sós
Gritos mudos que só tu entendes
E por fim Silêncio,
que é a tua voz....!!
Não precisas de te esconder
Ninguém te vai encontrar
O que está escrito na tua pele..
Só tu não decifraste..
Quadro teu.. traço a pincel
A História da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele..
A tua pele.......és teu, a tua pele....só tu
Quem lá.... escreveu, com a tua permissão
Nem sequer, nem sequer percebeu.... e perdeu..
Passou-lhe a pele por entre as mãos...
Quadro teu.. e traço a pincel
A História da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele..
A tua pele.......és teu, a tua pele....só tu
Quem lá...., quem lá escreveu, com a tua permissão
Nem sequer, nem sequer percebeu.... e perdeu..
Passou-lhe a pele.... passou-lhe a pele, por entre as mãos.
(Pólo Norte)

sábado, janeiro 27, 2007

Deixei de gostar



Deixei de gostar de ti. Cada dia que passa, a certeza disso aumenta em mim.
Já não sinto paixão, nem amor, nem carinho. Também não sinto ódio nem raiva. Apenas me resta um vazio que me dói intensamente.
Não consigo lidar com as tuas demonstrações de afecto, já não sinto prazer ou felicidade quando me tocas ou beijas. Nessas alturas, sinto um enorme desespero porque já não desejo as tuas carícias. Gostava que deixasses de me beijar diariamente quando chegas ou vais e que agisses de forma indiferente, tal como o venho a fazer desde há algum tempo. Não consigo fazer-te entender que esses gestos já deixaram de ter significado para mim. Não suporto mais esta situação.
Tenho pensado muitas vezes na fragilidade da nossa relação. Não é uma situação recente, muito pelo contrário, é um acumular de pequenas e grandes coisas que resultaram neste desenlace.
Tudo isto começou há muito tempo, por culpa de ambos. Talvez por pensarmos que todas as diferenças são superáveis quando duas pessoas pretendem fazer uma vida conjunta. Nem todas as diferenças são superáveis.
No nosso caso, existem dois grandes fossos: a forma como vivemos / queremos viver a vida e a forma como entendemos e vivemos o amor e as relações humanas. Neste último fosso enquadro a nossa visão de família, que é tão distinta. Enquadro também o campo dos afectos e das energias que unem as pessoas.
A minha ideia de família tem como ponto chave o diálogo, o apoio emocional. As pessoas de uma família discutem, ouvem-se, aconselham-se, reflectem sobre as divergências, constróem planos de futuro. Partilham os defeitos e as virtudes e sobretudo aceitam-se como são, porque já assim eram desde o início e porque, na verdade, a essência de uma pessoa não muda jamais.
Nem eu nem tu podemos ser quem não somos. Podemos tentar por uns tempos para agradar ao outro, para iludi-lo, mas nunca se muda verdadeiramente. Esta verdade foi uma enorme falha na nossa relação. Neste momento, procuro-me e não me encontro. Não sou quem realmente sou nem sou quem gostavas que fosse. Nem eu mesma consigo gostar de mim assim. Como podes tu gostar?
A minha essência quer voltar a revelar-se e tem vindo a escapar-se aos poucos de dentro de mim, por muito que a tente conter. E cá estou eu. Sem qualquer castração.
Sou egoísta. Gosto e sempre gostei de ter o meu espaço, onde posso viver a minha solidão e onde me encontro. Preciso de ler, escrever, cantar, dormir, sonhar, chorar, sem ser incomodada. Perdi esse espaço há imenso tempo.
Gosto de satisfazer pequenos prazeres que me fazem sentir bem. Porque não falar com uma amiga durante meia hora ao telefone, ou sair e conversar com alguém que já não encontro há muito tempo, restabelecer antigas amizades, visitar familiares, comprar o livro ou a roupa pela qual me apaixonei? Porque não ir ao restaurante independentemente da época do ano, mesmo sabendo que vou ser mal atendida, se assim o desejo? Porque não ir tomar café a seguir à refeição, nem que seja pelo facto de ver pessoas e encontrar-me no meio delas, mesmo não as conhecendo? Porque não ficar até tarde na praia e esquecer-me dos horários se o posso fazer e me apetece tomar mais um banho ou conversar mais um pouco com os amigos? Porque não ficar mais umas horas na cama ao fim-de-semana, se o corpo pede e nada me obriga a sair de lá?
Sou obstinada. Se posso concretizar uma ideia viável na minha cabeça, porque contrariá-la? Porquê ser vencida mas não convencida?
Sou muito insegura. Sinto muitas vezes falta de confiança em mim própria e desisto facilmente. Preciso de ouvir vezes sem conta uma palavra de apoio para ir em frente.
Sou impulsiva e tomo decisões precipitadas, por vezes, sem reflectir.
Sou emotiva, sentindo a felicidade e o desespero em graus extremos. Nesses momentos preciso de dar e receber atenção, um sorriso e muitos mimos.
Tenho imensos defeitos que não consigo alterar, inerentes a mim mesma, que me conferem um pouco do charme de ser quem sou:
Não sou poupada. Sei que gasto dinheiro em coisas supérfluas que me dão prazer.
Não sei nada de planos de poupança, IVA, IRS, taxas de juro.
Não sei pedir descontos.
Não sei regatear.
Não gosto de regatear.
Não comparo preços para conhecer a melhor relação qualidade/ preço.
Não tenho gostos por marcas de roupa, carros, telemóveis, computadores, televisões. Gosto de comprar aquilo que me atrai e apaixona à primeira vista, independentemente do que seja.
Não sou pontual.
Não sou organizada. Nem arrumada.
Não ando num carro impecavelmente limpo e cheiroso.
Confio sempre nos outros, mesmo que não os conheça bem.
Sou desorientada e distraída.
Acho que sou o centro do universo.
Mas também tenho qualidades que relego sempre para segundo plano. Por vezes até me esqueço delas:
Sou muito afectiva. Dou tempo, beijos, mimos, carícias, atenção. Tudo isto brota intensamente de dentro de mim e sinto necessidade de canalizar para as pessoas a quem me sinto ligada. Não posso reprimir os sentimentos bons ou ficar indiferente quando começam a fluir. Preciso de tocar, conversar, sorrir , beijar, abraçar as pessoas que estimo.
Gosto de ajudar seja quem for, pessoa ou animal. Se precisarem de mim, estou presente, mesmo que isso implique abdicar de um prazer pessoal. Fico feliz com a felicidade dos outros e raramente sinto inveja.
Sou trabalhadora e responsável. Dou de mim o impossível para que as coisas corram bem. Adoro coisas novas, projectos, desafios, criar, construir. Acredito que tornarei a recuperar a minha capacidade criativa, que está esquecida mas que pede intensamente que a desenvolva.
Essa sou eu.
Tu também não consegues representar bem um papel para o qual não foste feito. E se o tens tentado, nos últimos tempos, na esperança ilusória de que tudo possa vir a ser melhor do que foi, enganas-te. Mais uma vez te digo que a essência das pessoas não se altera, lamento.
Nem sempre me dás a atenção de que eu preciso.
Nem sempre me tratas como se eu fosse o centro do mundo. Eu sei que não sou, mas faz-me sentir bem sê-lo para alguém.
O que eu gostava realmente que houvesse em ti?
Mais disponibilidade emocional,
mais interesse pelo que te rodeia,
mais afectos, mais palavras, mais elogios,
mais companheirismo,
mais actividade e mais luta,
mais partilha,
mais alegria,
mais sentido de viver e não se sobreviver,
mais objectivos pessoais,
mais independência e espírito de iniciativa.
Gostaria de ter ouvido, sem te pedir, o quanto era importante na tua vida, o quanto eu te fazia feliz, as qualidades que mais apreciavas em mim e não tanto os defeitos que tão bem e de sobra conheço.
Gostaria de ter sabido em que momento percebeste que me amavas e porquê. Também gostava de saber porque nunca mo quiseste contar.
Teria adorado receber uma flor, ou outra coisa romântica fora das datas convencionais. Uma vez disseste-me que não gostavas de oferecer presentes nas datas festivas. Simplesmente tu não gostavas de oferecer. E por isso nunca o fizeste fora das datas festivas. O que mais me magoa é que até eu perdi o gosto de oferecer, quando o fazia no início sempre que me apetecia. Há quanto tempo não te ofereço nada?
Também queria que tivesses aprendido comigo a comunicar, a transmitir sentimentos. Os beijos e carícias não se trocam apenas na cama nem são meros gestos de cumprimento ou despedida.
E as palavras têm muito peso. Foi um grande erro meu convencer-me do contrário. Elas existem carregadas de significado e devem ser usadas. Eu sou palavra, trabalho com a palavra, divirto-me e passo tempo livre a brincar com ela. A sua importância na minha vida é incondicional. Omitir palavras, escondê-las é negar parte de mim. Cansei-me de esperar pelo “amo-te” e pelo “gosto muito de ti” e mais ainda pelo “estou a teu lado, podes contar comigo sempre”. Compreendo e não condeno as tuas dificuldades de expressão, mas há palavras que, ditas no momento certo, ajudam a aliviar tristezas, a ultrapassar medos e inseguranças. Combatem a solidão. Quando precisei não as tive. E, no entanto, agora elas surgem na tua boca no vão intento de remediar algo que não tem cura. Porque não surgiram antes? Das raras vezes que, em todo este tempo, foram pronunciadas, soaram-me de forma artificial.
Quero ser mãe. Quero partilhar a maternidade com alguém que esteja disposto a sacrificar-se pela família. Quero acreditar que essa pessoa vai estar presente de espírito e corpo nos momentos cruciais.
Não quero promessas de que as coisas vão ser diferentes, pois já não creio nelas. Se tivessem de ser diferentes já teriam sido diferentes.
Os nossos mundos são distintos e tendem a distanciar-se cada vez mais. Não me parece que seja apenas eu a senti-lo. Fingir que não se vê, não se compreende, evitar a realidade, não é solução, apenas um adiamento do problema. Entende que os nossos caminhos se cruzaram para aprendermos um com o outro. Mas esse tempo de aprendizagem terminou e é hora de vivermos novas vidas. Quanto mais depressa, melhor.

sábado, dezembro 30, 2006

Desejo para 2007

de Alexandre O'Neill...

domingo, dezembro 24, 2006


Conta uma lenda que, num determinado tempo e lugar, quando a Árvore de Natal ficou pronta, foi admirada pela família e os animais da casa. As aranhas que habitavam o celeiro também quiseram vê-la, mas foram impedidas. Durante a noite, quando todos dormiam, elas entraram por baixo da porta e não só viram a árvore, como subiram pelos seus ramos. Ao amanhecer, o Menino Jesus veio abençoar a árvore, e para sua surpresa viu que ela estava coberta de teias de aranha. Jesus, com seus dedos milagrosos, tocou nos fios da teia e eles ficaram prateados. Por isso, hoje é costume ornamentar a árvore com fios prateados...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Procura-se

Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor...
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

sábado, dezembro 09, 2006

Uma prenda de Natal para os amigos






Para os amigos não ficarem a pernsar que aqui só há espaço para Pais Natais...
Hummm... gostaram???
Passem no site da Victoria's Secrets!... Quem sabe encontram lá a prenda adequada para as vossas caras-metades????

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Enfeites de Natal



Palavras para quê?

O Pai Natal barrigudo está fora de moda e ainda bem...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Daniel Craig... aprovadíssimo!!



Depois de ver os cartazes publicitários do Casino Royale, confesso que não me senti minimamente atraída pelo novo Bond, Daniel Craig. Não que fosse apologista do Pierce Brosnan, que, coitado, já está fora de prazo... mas uma pessoa habitua-se a ver um James moreno, de cabelo bem escuro e, de repente, a mudança espanta e choca os corações mais sensíveis.
Muito a custo, fui ver o último filme, meia desconfiada relativamente às capacidades artísticas do rapaz...
Mas convenceu-me completamente, não só pela representação... o novo Bond tem muito charme, sim senhor... para não falar nos restantes atributos!...
Em resumo, meninas, podemos mandar o Pierce Brosnan para a prateleira juntamente com o Sean Connery, que ficamos muito bem servidas!

quinta-feira, novembro 30, 2006

Encontrar na vida um Doctor House

Sem necessárias apresentações, é conhecido pela falta de afectos, pela ausência de preconceitos, pela forma certeira e impiedosa com que trata os doentes, sempre em nome da ciência. Adora demonstrar a veracidade das suas teorias e trata os companheiros de profissão de uma forma muito sui generis... e talvez por esse motivo me cative a mim e a tantos outros em horário nocturno, quando já deveriamos estar a preparar o novo dia que se adivinha.
Muito antes de conhecer este House, conheci outro, com um nome e aparência bem distintos, que apesar do feitiozinho malvado, continua a ser o meu ginecologista de eleição. É reformado da marinha... médico militar... está tudo explicado. Ou será mesmo dele???
Conheci-o há uns anos atrás, por meio da minha prima Laurinha, sua paciente. Nessa altura andava com umas dores estranhas e a minha ginecologista do Algarve não me dava grande resposta ao meu problema, pelo que resolvi ouvir uma segunda opinião. Foi a consulta mais seca que alguma vez tivera (depois houve outras piores) para além de ter percebido apenas na hora que ia expor a minha nudez a um gajo e ainda por cima que eu nunca vira na vida. Digamos que senti que ia mesmo ter sexo sem preliminares... Mas tudo correu ok... principalmente porque ele me informou, da forma mais delicada do mundo, que com esta idade já vi muita coisa, acalme-se lá, que não é a primeira nem a melhor que vi até hoje... e de certeza que não há-de ser a última.
Talvez devido à minha vertente masoquista, não saí dali a correr. E ainda bem, pois o profissionalismo e a objectividade com que tem vindo a analisar o meu caso foi decisivo para eu resolver não me afastar dele, até ao momento presente. Ao ponto de ser ele o único homem da minha vida que me conhece literalmente por dentro!...

sábado, novembro 11, 2006

Magusto em Alta Mora






O Dia de S. Martinho foi comemorado em Alta Mora (concelho de Castro Marim), com um passeio pedestre pela Serra, seguido de um almoço na antiga escola EB1.

O passeio, desta vez com 9 quilómetros, foi bastante animado, pois o pessoal habitual tornou a comparecer cheio de energia e boa disposição.

O campo estava lindíssimo graças às chuvas recentes, o céu límpido, o sol no seu auge de beleza! Até os regatos e as ribeiras vieram ver os caminhantes, encabeçados pelo Matias (o gajo porreiro da organização, que tem paciência e gosto por estas coisas) e pelas guias Solange e Inês, as duas “carinhas larocas” mais giras lá do sítio.

O almoço já tão desejado, ao final das duas horas, soube mesmo bem... Umas febrazinhas grelhadas, salsichas, batata frita de pacote, salada e pão da serra com uma cerveja fresquinha no pátio da antiga escola, com vista para os montes... ainda há lugares aprazíveis!!!

As fotos dizem o resto.

domingo, novembro 05, 2006

Uma bela lição de poesia

Os fins-de-semana chuvosos como este levam-nos a procurar o conforto do sofá e da televisão, enquanto ouvimos cair a chuva no exterior. É o momento ideal para passar no clube de vídeo e alugar uns filmezinhos que não conseguimos ver no grande écran.
Sendo adepta de filmes que aos outros pouco dizem, aluguei um intitulado O Tigre e a Neve, realizado e protagonizado pelo Roberto Benigni, de quem já sou fã há alguns tempos, concretamente desde A Vida é Bela. Com alguma perplexidade, nele vim a encontrar aquela lição de poesia que desejaria ter tido nalgum momento da vida. Melhor, desejaria eu mesma ter a força e o prazer de a ensinar da forma como este professor a transmitiu a uma multidão de espectadores:

Vá, despachem-se. Com calma, não tenham pressa. Não comecem logo a escrever poesias de amor, são as mais difíceis, esperem pelos 80 anos.
Escrevam sobre outra coisa: o mar, o vento, o aquecedor, um comboio atrasado! Não há coisas mais poéticas do que outras!...
Perceberam? A poesia não está cá fora, está cá dentro! Não te perguntes o que é a poesia, vê-te ao espelho, a poesia és tu!
Vistam bem a poesia, procurem bem as palavras! Escolham-nas bem! Às vezes são precisos oito meses para encontrar uma única palavra! Escolham! A beleza nasceu quando as pessoas começaram a escolher, já com Adão e Eva! Sabem quanto tempo levou Eva a escolher a folha da figueira certa? Como me ficará esta? E esta? E esta aqui? E desfolhou todas as figueiras do paraíso terrestre.
Apaixonem-se! Se não se apaixonarem, tudo ficará morto. Apaixonem-se e tudo ganha vida, tudo começa a mexer!
Delapidem a alegria, dissipem o júbilo, estejam tristes e taciturnos com exuberância, atirem à cara dos outros a vossa felicidade! (...) Para transmitir felicidade é preciso ser feliz; para transmitir a dor, é preciso ser feliz. Sejam felizes, devem amargar, sentir-se mal, sofrer. Não receiem o sofrimento, toda a gente sofre.
E se não tiverem dinheiro, não se preocupem, basta uma coisa para escrever poesia: tudo!
Perceberam? E não queiram ser modernos, não há coisa mais antiquada que essa. Se uma frase não vos ocorrer nesta posição ou nesta, deitem-se no chão, ponham-se assim. É deitado que se vê o céu! Mas que bonito!... Por que não fiz isto antes?
Para onde estão a olhar? Os poetas não olham, vêem.
Obriguem as palavras a respeitar-vos. Se a palavra “parede” não vos ligar, ignorem-na nos próximos oito anos, que é para ela aprender! O que é isto? Isto é que é beleza, como estes versos, que quero que fiquem ali para sempre!
Apaguem tudo, vá despachem-se. Acabou a aula.

Amigos, estou sem palavras perante isto!

quarta-feira, novembro 01, 2006

Caminhos















Muda de vida, se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar
...
Olha que a vida não, não é nem deve ser

Como um castigo que tu terás que viver

(António Variações)

Que vontade de mudar de vida
Tenho
de desaparecer
de fugir
de esfumar-me
Não conhecer
nunca ter visto
nunca ter pisado
nunca ter cheirado ou ouvido.
Que desejo de largar amarras
voar
fazer aquilo que realmente me dá prazer e realiza...
amar livremente
ser realmente feliz
não pensar na imagem
ou na opinião dos outros.
Estou fartinha de viver livre numa prisão.
Mas aos poucos, vou-me libertando.

terça-feira, outubro 24, 2006

Sei-te de Cor




















O Paulo Gonzo fica aqui representado na música que as gajas se fartaram de cantar ao final da tarde, depois do pessoal trabalhador ter saído. Escola vazia, para não haver testemunhas da má afinação. Depois das 24 rosas, qualquer coisa é avaliada como Excelente.

Como o poema é lindíssimo, cantemos de novo:

Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar,
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças,
meu amor, sei-te de cor.

sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar,
não digas que o louco sou eu,
se for, tanto melhor.
Amor, sei-te de cor.

Sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior.
Sei de ti mais do que queria, numa palavra diria:
sei-te de cor.

Sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar,
Não digas que o louco sou eu,
se for, tanto melhor.
Amor, sei-te de cor.

Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar,
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças,
meu amor, sei-te de cor.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Cântico Negro


















Enviaram-me um tantra onde me aconselhavam a decorar o poema de que mais gostasse...
Impossível de decorar todos os meus poemas favoritos, são tantos, todos em Língua Portuguesa!
Contudo, encontrei um na webpage de um amigo, que, por muito me dizer, dedico a outro amigo.
É o Cântico Negro, do José Régio.

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidades!

Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe.
Não, não vou por aí!
Só vou por onde

Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


sexta-feira, agosto 25, 2006

amantes infelizes


Porque o que mais há por aí são casos de amantes infelizes...
fica a letra de um fado do Carlos do Carmo, que ouvi a Mariza cantar, no dia 18 de Agosto de 2006, em Faro, no Largo da Sé...

Duas lágrimas de orvalho
Caíram nas minha mãos
Quando te afaguei o rosto
Pobre de mim
Pouco valho
Para te acudir na desgraça
Para te valer no desgosto.

Porque choras não me dizes
Não é preciso dizê-lo
Não dizes
Eu adivinho
Os amantes infelizes
Deveriam ter coragem
Para mudar de caminho

Por amor damos a alma
Damos corpo
Damos tudo
Até cansarmos na jornada
Mas quando a vida se acalma
O que era amor é saudade
E a vida já não é nada.

Se estás a tempo recua
Amordaça o coração
Mata o passado e sorri
Mas se não estás
Continua
Disse-me isto minha mãe
Ao ver-me chorar por ti.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Mais um ano


O meu aniversário costuma deixar-me deprimida, desde que fiz 30 anos. Antes era uma alegria comemorá-lo em grandes festas com os amigos e a família!!!
Adivinhando esse sentimento, um amigo enviou-me uma brincadeira em power-point sobre o envelhecimento. Daí retirei uma frase do Einstein que me aliviou um pouco o peso da idade (LOL)!!! Cá vai:
O importante é que por muito velho que se seja, pode-se ser mais novo do que nunca!
Gostei!!...

domingo, agosto 13, 2006

Memórias da Escócia



Que dizer destas férias?
Faltam-me as palavras,
quem me dera ser poeta...

Ficam as memórias visuais para os amigos!
Trouxe-vos um pouco da Escócia comigo!...












Bosques em explosão de verde e de castanho...




















Glen Coe tem paisagens lindíssimas... Um dos muitos lagos que povoam a região do Great Glen.
















Ao anoitecer, Ben Nevis revelou a sua face! Dizem os escoceses que está coberta nove em cada dez dias!...





















Um castelo de sonho, na ligação do continente à ilha de Skye.
Eilean Donan é o seu nome, dada a sua situação, erigido no meio de um lago.
Só faltam as brumas...

sábado, julho 22, 2006

Voyage


Au-dessus des vieux volcans
Glisse tes ailes sous le tapis du vent
Voyage Voyage

Éternellement
De nuages en marécages
De vent d'Espagne en pluie d'équateur
Voyage voyage
Vol dans les hauteurs
Au-dessus des capitales
Des idées fatales
Regarde l'océan






Voyage voyage
Plus loin que nuit et le jour
Voyage
Dans l'espace inouï de l'amour
Voyage voyage
Sur l'eau sacrée d'un fleuve indien
Voyage
Et jamais ne reviens

Sur le Gange ou l'Amazone
Chez les blacks chez les sikhs chez les jaunes
Voyage voyage
Dans tout le royaume
Sur les dunes du Sahara
Des îles Fidji au Fuji-Yama
Voyage voyage
Ne t'arrêtes pas
Au-dessus des barbelés
Des cœurs bombardés
Regarde l'océan

Voyage voyage
Plus loin que nuit et le jour
Voyage
Dans l'espace inouï de l'amour
Voyage voyage
Sur l'eau sacrée d'un fleuve indien
Voyage
Et jamais ne reviens

sábado, julho 15, 2006

Eurydice

Tantas vezes já partiste
Que chego a desesperar
Chorei tanto, estou tão triste
Que já nem sei mais chorar
Oh, meu amado, não parta
Não parta de mim
Oh, uma partida que não tem fim
Não há nada que conforte
A falta dos olhos teus
Pensa que a saudade
Pode matar-me
Adeus

Vinicius de Moraes

sexta-feira, julho 14, 2006

Elogio da web


A internet proporciona e esconde milhares de experiências...
Podemos ser actores das nossas próprias histórias, até quando tentamos convencer os outros daquilo que não conseguimos convencer a nós mesmos.
Experimentamos sensações pouco duradouras, fugazes, algumas mesmo banais na maior parte das vezes. E sentimo-nos alegres por isso...
Usamos máscaras, algumas rotas, outras de porcelana fina. Que importa? Todas são falsas. Absolutamente falsas.
O nosso eu permanece dentro de nós mesmos, escondido, preservado, com receio que a descoberta possa trazer a realidade infeliz de volta. O alter-ego liberta-se e dá-nos o prazer de nos sentirmos diferentes e únicos. I believe I can fly... I believe I can touch The sky...
Na internet atam-se e desfazem-se laços tão facilmente, ao ponto de se questionar a verdadeira dimensão da amizade. Ao ponto de ferir de morte o amor.
Infringem-se leis, quebram-se promessas, trocam-se juras por mentiras... nada se perde, tudo se aproveita...?
Palavras trocadas, perdem o verdadeiro significado quando trocadas infinitas vezes, multiplicadas por infinitas pessoas. O resultado de tudo isto é ... efémera satisfação pessoal?
Será que a nossa consciência se apercebe que aqueles que somos, já não somos verdadeiramente? A nossa consciência tem consciência disso?...

Nesta pequena divisão da minha casa que me serve de escritório, encontro-me a trabalhar com a minha cadela a meus pés.
Lá fora, a menos de um metro de mim, um calor tórrido que ameaça a saúde dos hipertensos, que convida os menos resistente a largar tudo e dar um mergulho na praia mais perto...
Eu preparo uma reunião para Segunda-feira e ela dorme placidamente, deixando no ar o sussurro de um respirar profundo, interrompido apenas pelo som dos meus dedos no teclado ou pela exteriorização de alguns momentos do seu sonho canino. Dou comigo a pensar... que sonha ela? ou ainda... que bela vida de cão... e eis que surge, na minha memória, uns versos de Fernando Pessoa, que não querendo tirar o mérito ao poeta, exprimem bem a minha momentânea vontade!...
Ah, poder ser tu, sendo eu !
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso !
Ó céu ! Ó campo ! Ó canção ! A ciência
Pesa tanto e a vida é tão breve !
Entrai por mim dentro ! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve !
Depois, levando-me, passai !
E sabem que mais?
Vou mas é para a praia...

Deixo aqui, hoje, uma frase que foi muito utilizada durante o Mundial 2006, mas que não deverá ser esquecida em momento algum. Devia até ser um lema de vida. Como a memória é curta, fica aqui neste canto para os mais negativos relembrarem...


É ESTA A VANTAGEM DA AMBIÇÃO
PODES NÃO CHEGAR À LUA
MAS TIRASTE OS PÉS DO CHÃO...

quarta-feira, julho 12, 2006

Jomba, chefe de secção do Conselho Executivo de Cabo Delgado

Confesso que sempre tive um fraquinho pelo português falado pelos PALOP, especialmente pelo português com os sotaques angolano, moçambicano.
Sabendo disso, um colega enviou-me uma entrevista de uma rádio amadora moçambicana que me encheu de gozo, não só pelo falar quente e atrapalhado dos habitantes, mas também pelo interesse do tema! Tenho essa entrevista guardada no meu PC e costumo ouvi-la quando preciso de um momento de boa disposição. Esta noite dei comigo a procurar a deliciosa entrevista, que já ouvi centenas de vezes, até conseguir transcrever na totalidade os diálogos, os quais nem sempre foram fáceis de decifrar!!! Transcrevo-a na íntegra, com a promessa de enviar uma cópia por correio electrónico para quem quiser!

- A minha nome é, chama Jomba!
- Bom dia, primeiro...
- Muito bom dia! Muito bom dia, obrigado. Jomba!
- Jomba é o seu nome.
- É verdade!...
- O que é que o Jomba faz?
- Eu são chefe de secção do merda de Conselho Executivo de Cabo Delgado.
- Mas qual é o seu trabalho? Pode descrever um pouco melhor o seu trabalho?
- Quer dizer... dentro das possibilidades possibilitivas, latrinas melhorado e piorado. A minha trabalho é chefe de secção dos merda, quer dizer, eu anda todo cidades para ver como que estão fazendo a defecação e como que estão fazer o deita fora desses coisa, latrina e mesma coisa e aprender as pessoa que faz a cagação nos praia.
- Mas olhe, vai-me desculpar, falou aí nalguma coisa de melhorado e piorado, eu não percebi muito bem...
- Embora que lá, hábitos de pessoa é um hábito um pouco estranho. Não faz nas latrinas, esse então são os latrina piorado, que caga em qualquer lado, na rua ou aonde, esse é piorado! E depois tem latrina melhorado, aquelas pessoa que tem sentina, vai fazer cocó na sentina dele, esse tá melhorado, mas nosso trabalho é controlar todo esse gente em Cabo Delgado.
- Mas também falou que, por exemplo, há muito desse problema nas zonas das praias, aponto a praia do Wimbe, por exemplo, que está a ficar poluída. Diga-me lá se isso é verdade e o que é que o seu sector tem feito para combater isso?
- Em porquanto, nós não conseguimos fazer nada por causa aqueles população tudo são vizinhos co praia. Eles habitualmente como são nascido um preto de praia, não sei se é uma tipo de alimentação que eles estão dar aos peixes, para desenvolver camarão, como lagosta, como não, que está cheio no Wimbe. Agora nós tentemos tudos de forma, mas não tem uma maneira possibilitiva de fazer isto, sobre do quê, é que população faz sua cagação de noite! E de dia nós estamos controlar mas mesmo assim pessoa dele tem muitos finta por causa ir nos praia. Outro lado tem tipo montanha cos pedra. Ele esconde aí em baixo! Você amanhã só encontra cheio de mina de cocó ali, então pronto! Única maneira, nós também tentamos quando apanhar uma pessoa desse, pode levar ele pagar multa, mas ele num tem dinheiro! Ou mais ou menos vamos fazer uma mobilização de ele comprar latrina, mas também num tem dinheiro!? Problema dele é que também... eu não sei bem dizer... Conselho Executivo não tem dinheiro! Também Câmara Municipal não tem dinheiro!!!...

Lembrem-se do Jomba antes de comerem lagosta na paradisíaca praia do Wimbe!!

segunda-feira, julho 10, 2006

A divertida história de Marley, o pior cão do mundo





Depois de ler a história da vida de Marley, um labrador americano, o pior cão do mundo segundo o dono, resolvi recordar aqui os meus dois cães, Lótus e Prenda, também piores cães do mundo, mas geniais à sua maneira muito peculiar. Com eles vivi e vivo ainda momentos de alegria e tristeza, no dia a dia e no pensamento.
O livro do Marley é de leitura de praia, fácil e atractivo, com episódios hilariantes, não só do cão mas também desta peculiar família. Contudo deixa-nos uma mensagem sobre estes nossos amigos que, a meu ver, é inegável. Apenas os donos de cães a compreendem na sua totalidade:
Seria possível a um cão- a qualquer cão, mas sobretudo a um cão amalucado como o nosso - mostrar aos humanos as coisas realmente importantes da vida? Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria. E também as coisas não importantes. Um cão não tem necessidade nenhuma de carros sofisticados ou de casas sumptuosas ou de roupas da moda. Os símbolos de status não lhe dizem nada. Um pau lambido pelo mar serve perfeitamente. Um cão não julga os outros pela cor da pele, credo religioso ou classe social, mas sim por o que elas têm dentro de si mesmas. Um cão não se interessa em saber se somos ricos ou pobres, educados ou iletrados, burros ou inteligentes. Dêem-lhe o vosso coração que ele dar-vos-á o seu. As coisas são na realidade bastante simples e no entanto somos nós, os humanos, muito mais sábios e sofisticados , quem sempre teve dificuldade em discernir o que é realmente importante ou não. (John Grogan)
Obrigada pela história, Marley...
Obrigada pelas vossas histórias, Lótus e Prenda!

sexta-feira, junho 30, 2006

Quem mexeu no meu queijo????


JOHNSON, Spencer. Quem mexeu no meu queijo?

Este pequeno livro de 100 páginas, letra gorda, leitura fácil e ilustrações devia ser de leitura obrigatória para todos.
Imaginemos um labirinto que representa a nossa vida...
Imaginemos quatro personagens, dois ratos e dois humanos...
Imaginemos um queijo, representação da vida estável, do trabalho, do amor, da saúde, da família, do conforto, da rotina quotidiana, que, sem qualquer explicação, desaparece sem deixar rasto! Não acontece o mesmo em determinados momentos da nossa existência, a cada um de nós? Quem nunca experimentou uma reviravolta de 180º, profunda e traumatizante sem estar preparado para tal?
Sem motivo aparente, o queijo desaparece. Os ratos, seguindo o instinto de sobrevivência, como qualquer animal que se preze, partem de imediato, labirinto fora, à procura do queijo. Mas... e os homens? Como reage a espécie humana à mudança? Como deveria reagir? É esta a problemática tratada nesta obra.
Ao longo dos capítulos comparamos duas reacções distintas: se por um lado existe um tipo de homens que, embora com dificuldade, se adapta às novas condições impostas pelo destino, por outro lado existem também pessoas que rejeitam a mudança e necessitam de apoio para reencontrar o seu caminho.
A mensagem que importa reter é que temos de estar atentos aos sinais de mudança, antecipá-la, e quando ocorrer o inevitável, adaptar-nos o melhor possível, tentando extrair da nova experiência os resultados positivos. Importa também estarmos atentos aos outros, ser pacientes e dar-lhe pistas para, por si próprios descobrirem de novo a sua própria estabilidade.
Assim se processa o nosso crescimento físico, intelectual e espiritual.

segunda-feira, junho 26, 2006

Fado Maior



Num almoço animado, há algumas semanas atrás, lancei uma provocação ao meu amigo meio-chinês. Queria conhecer algo diferente em Lisboa, visto que as minhas curtas visitas raramente davam para ir mais longe do que aos centros comerciais ou ao médico! O meu chinês, sempre pronto a fazer-me as vontades, prometeu levar-me a um sítio nocturno onde eu nunca fora antes...

E pronto, lá estava eu, no Sábado à noite, pelas 9, aguardando a sua chegada no parque do Jardim do Tabaco, local de encontro acordado entre nós.
Entrámos nas ruelas da animada Alfama e subimos até uma típica praceta, decorada com o rigor da época, onde, por fim, parámos à porta de uma casita cuja entrada dizia “Fado Maior”.
- Casa de Fados... já me lixaram! – pensei. Pela expressão do meu cara-metade, a surpresa também não tinha sido muito agradável para ele.
Foi apenas a primeira impressão. Boa mesa (ai as pataniscas!...), guitarra portuguesa a acompanhar a refeição, gente simpática que serviu primeiro e cantou depois. E que bela voz tem a Dona Julieta!!!
Para a noite ser completa, um grupo vizinho animou o serão com poesia. O Celso Brasil foi excelente a declamar com a sua voz sambante!...
Passando a publicidade e sabendo que os donos escolhem os clientes, por que não passam por lá um destes dias?

Mas atenção... Se por acaso a cortina da entrada estiver estendida e as luzes da sala meio apagadas... Silêncio! Que se está a cantar o Fado!...

Margem Sul


Nesta pequena cabana, toda construída de madeira, em jeito de balcão sobre o mar e a praia, passo uma tarde fresca estival. Início de Verão, que ainda teima em não voltar!... A brisa marítima faz chegar à beira-mar um intenso cheiro a maresia e com ele algumas nuvens que pregam partidas aos banhistas. Decididamente não é dia de praia.
Por isso ali estou, a contemplar o horizonte, uma salada na mesa e a leitura recém-adquirida nas mãos. Por trás de mim, a arriba... Ao longe a entrada da barra e o Bugio. E a Serra de Sintra pintada, tal corpo de mulher, em segundo plano, por trás dos prédios ribeirinhos. Que visão!...
Ali sentada, não sinto saudades. Atrai-me a areia da costa, a cor do mar de Setúbal, o repouso inesperado. Esqueço o Sul... Encontro um refúgio aos pés de Lisboa, para surpresa minha, com todos os ingredientes para a paz de espírito. O contraste existe, a contradição, o que torna o quadro ainda mais intenso. E sei que o éden está tão perto e no entanto tão longe!...

quinta-feira, junho 22, 2006

Linda Fergie


Nunca vi nada assim...
A mulher mais sensual e desinibida que alguma vez observei...
Pura sedução em palco... e a gaja sabe bem o que vale!... E acreditem que tira partido disso!
Excelente voz, excelente forma, excelecente combinação de adereços que ainda mais lhe realçam as curvas.
Podendo não ser classificada como a alma do grupo, é sem dúvida a pessoa mais seguida pelo público, masculino (babado) e feminino (roído de inveja), pelos motivos que anteriormente referi...
Enfim, fica aqui um louvor à Fergie (todas desejamos ser como tu, linda!) ... a quem os rapazes cantaram, em coro, "És tão boa!", ao que simpaticamente agradeceu, mesmo sem ter entendido que todos eles faziam-lhe um filho.

segunda-feira, junho 19, 2006

Cota mas na onda!!!


Há momentos na vida em que uma mulher é forçada a consciencializar-se da sua idade, ainda que não queira, mesmo que continue a sentir-se jovem por dentro...
Esse dia bateu ontem à minha porta!
Ouvi, pela primeira vez, há dois anos, na minha escola, uma música dos Black Eyed Peas. A música a que me refiro, where is the love, entrou-me no ouvido logo ao primeiro acorde, coisa que não acontece frequentemente. Tentei informar-me melhor sobre o grupo e descobri o mundo do Hip-hop, graças aos meus alunos.
Hip-hop!... O ritmo é giro e bastante dançável!... Em mim, tem o efeito de descontracção e ao mesmo tempo energisante, ao ponto de não me reconhecer em frente ao espelho, sozinha em casa, a abanar o esqueleto!... Se os gaiatos me vissem...
Voltemos aos B.E.P...
Depois de muitas incursões na sua discografia e da compra de um DVD meio rasca e baratito que saía no Supermenu do Mac Donald's, lá o grupo ganhou mais uma fã inquestionável (razões que a própria razão desconhece).
E acabei por ir vê-los ontem, no Algarve Summer Festival!... Yo!!!
E não é que afinal, surpresa, surpresa, para os entendidos do Hip-hop, eles não são mais que lixo comercial?
Dizia-me o Sandro (ex-aluno, entendido nestas artes), ainda hoje: Ó professora, sabe... esses são ruins, nada que se aproveite. Foi mesmo ver isso?
Contudo, a opinião dele não me deitou abaixo, depois daquilo que ouvi sobre a minha pessoa no raio do concerto!!!!
E voltamos agora ao início deste episódio... o momento em que tomamos consciência da nossa verdadeira idade!!!!
Depois de algumas horas à espera, em frente ao palco, no relvado do estádio de Faro-Loulé, com uma infinidade de... aham... pirralhos... à volta, fui indecentemente passada para trás!
Um grupo de jovens meio ganzados, meio bêbados, resolveram dar o golpe... e passaram à frente com a maior pinta. Ficou o mais atrapalhado para trás.
A maturidade levou-me a agir de imediato contra aquela perfeita injustiça. É claro que o último não passou à minha frente. Seguiu-se uma conversa psicadélica (LOL)...
- Ó Paulo, anda lá para aqui, mó!... (deviam ser de Olhão)
- Não vai, amigo, aqui não passa nem mais um!...
- Então não passa porquê?
- Porque eu estou aqui há 2 horas a marcar o meu lugar e já me basta terem-se colado vocês.
- Quer passar? Passe para a frente.
- Não passo, não sou como vocês, que nem pediram licença. Sei onde estou, não vou lixar outros.
- Mas deixe lá passar!...
- Já disse, nem mais um à minha frente!
Em resposta, os gajos sentaram-se no chão para me deixarem o horizonte livre.
Depois o mais resmungão veio pedir desculpa e acrescentou:
- Eles até estão no chão para você ver melhor!!! Deixe lá o moço passar!... É mê irmão, tenho que tomar conta dele.
- Então e atrás do irmão não vem o primo?
- Não...
- Por mim, até pode, mas nenhum de vocês fica à minha frente. Combinado? Chegam-se para o lado.
-Ya.
- Ó Paulo, anda daí que a senhora deixa passar afinal!!!
Senhora??? Senhora???
Pronto, lá se foi o meu dia... a semana até!...
Para compensar a desilusão, só mesmo a música espectacular que se seguiu. Vim para casa toda rota, com o esqueleto dorido mas renovado.
Posso ser cota para os outros, não para mim, e mais que tudo, que seja uma cota na onda!
Só me falta mandar reprogramar o espelho, que teima em fazer-me esquecer a minha verdadeira idade.